quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Filme - Shortbus, EUA, 2006

Como pode um filme mostrar as mais variadas formas de sexo explícito, e ainda assim ser careta? Esse é o caso de Shortbus. Uma das maneiras mais fáceis e certas de se chocar o público é mostrar sexo explícito. Só que nesse filme formas de sexo que são incômodas para grande parte das pessoas (sexo grupal, sadomasoquismo, homossexualismo) são tratadas com um sentimentalismo que parece filme da Disney, tudo utópico, preparado cuidadosamente para emocionar. Um casal em que o marido vê com ternura a sua esposa com outro casal, beijando ora a mulher, ora o homem, dá a entender que relacionamento aberto consegue ser encarado com tanta naturalidade assim. Apesar de toda a ousadia no sexo, o filme passa uma sensação de insípido e conservador como quase todo filme de Hollywood. Não há ódio, decadência, obsessão. Em vez de subverter algo, o filme consegue, infelizmente, retirar quase toda a subversão de algo que já é quase que naturalmente subversivo. Nota: 4